O presidente também afirmou que fará pronunciamento na TV após ter
acesso aos áudios e vídeos obtidos pela Polícia Federal
Por Rafaela Lara
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O presidente Michel Temer durante cerimônia alusiva a 1 ano de governo, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - 12/05/2017 (Ueslei Marcelino/Reuters) |
O
presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira que é
“vítima de uma conspiração”. Em reunião com senadores no início desta manhã,
Temer abordou o assunto de maneira espontânea, sem ser questionado sobre a
atual situação de seu governo após as revelações da delação premiada de Joesley
Batista, dono da JBS.
Segundo o
senador Sérgio Petecão (PSD-AC), o presidente se mostrou
confiante e não revelou abatimento com as notícias veiculadas no início da
noite desta quarta. Temer abordou ainda os resultados positivos que
vinham tendo a bolsa e o dólar, e que seriam afetados negativamente depois das
revelações de Joesley.
Com
convicção, Temer teria falado: “Estou firme, não vou cair.”
A
manutenção da agenda surpreendeu os senadores. Os parlamentares esperavam por
uma ligação do Planalto a qualquer momento informando o cancelamento da
reunião. Após a conversa com os senadores, que durou cerca de 40 minutos, Temer
cancelou os demais compromissos que envolviam encontros com 17 parlamentares.
Na
reunião, o presidente também abordou a ideia de fazer um pronunciamento na
TV aberta e, para isso, informou aos presentes que “mandou pedir os áudios e
vídeos para, aí então, se pronunciar em cadeia nacional”.
Desde a
noite de ontem, o Congresso Nacional segue esvaziado. Senadores, no entanto,
avaliam nos bastidores que, apesar da delação revelar gravações de Temer, a
situação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) é ainda mais complicada que a do
presidente.
Os áudios
Em áudios
autorizados pela Polícia Federal, o presidente aparece dando aval
para o pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro,
segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo na tarde desta quarta.
Segundo a
reportagem, Temer teria indicado na frente de Joesley o deputado Rodrigo Rocha
Loures (PMDB-PR) para solucionar um assunto da J&F (holding que controla a
JBS), cujo conteúdo não foi revelado. Depois, Rocha Loures teria sido filmado
recebendo uma mala com 500.000 reais enviada por Joesley.
Ainda de
acordo com o jornal, o empresário teria afirmado a Temer que estava pagando a
Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para eles ficarem calados.
Os dois estão presos — Cunha na Operação Lava Jato; e Funaro na Operação
Sépsis. Diante desta afirmação, Temer teria dito: “Tem que manter isso, viu?”.
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